20 abril 2019

Ainda mulher (4)



entre o quebranto e o arquejar, nem sei de mim perceber
o corpo a falar alto sobre a multiplicação do ser,
esta nova vida que se faz aperceber no seu ritmo acelerado.
e é neste estado inevitável que desembrulho velhas histórias:
acredito que existiu Paris e pássaros cortando os céus com glória,
bébés enlaçados em fraldas brancas, presenteando púdicos lares...
mas não sou do tempo das cegonhas.
nem sou casta. sou sem vergonhas!
retomo o escutar do corpo a anunciar a verdade do meu instante:
hora da sesta ou do amante?