A vida em redor de uma mulher que busca a felicidade
É intensa, diversa, uma dança por entre os miados amorosos que os gatos fazem ecoar
Pelas noites dentro na Vila Pinto...
Dona Bia solta a sua vida, permite-se sentimentos por um homem,
Abraçada pelos afectos de Harshal, apaixonado desde o tempo
Em que a linda rapariga grávida apareceu na Vila para lhe habitar os sonhos,
Vinda do distante Alentejo com um marido que a não quis.
Habituados à espera, correspondidos num mútuo e recatado coração,
Todos os Domingos comungam em profunda gratidão.
Assim se enlaçam sem outra aliança que a do verdadeiro bem querer.
Clara leva Leonel ao altar. O perdão aprendido nos afectos e no desejar.
Três homens lhe enchem a alma: o marido que a perdoou, o pai que ela perdoou , um filho sem pecado ao nascer.
Micaela transgride a normalidade, ama quem tem que amar em liberdade
De mente e emoções, sem nada temer.
Na Vila, a lua cheia ilumina as intimidades que se assomam nas janelas abertas à vida
A correr.
12 agosto 2017
11 agosto 2017
História de vida: Harshal
Era uma vez um menino indiano.
Harshal, de seu nome, cresceu na miséria
Do bairro de lata, cedo um trabalhador
E de obediência à família devedor.
Forçado a casar com uma doce criança
Foi singelo galã e esperou com paciência.
A viuvez veio precoce e obrigado a fugir
Para Micaela, sua filha mal nascida, salvar.
Mudou de país e em Lisboa se veio instalar,
Montou loja e descobriu uma nova religião.
Refez a vida, sem reencontrar o amor
Até que uma meiga alentejana cheia de pudor
O deixou durante anos encantado de paixão.
Harshal, de seu nome, cresceu na miséria
Do bairro de lata, cedo um trabalhador
E de obediência à família devedor.
Forçado a casar com uma doce criança
Foi singelo galã e esperou com paciência.
A viuvez veio precoce e obrigado a fugir
Para Micaela, sua filha mal nascida, salvar.
Mudou de país e em Lisboa se veio instalar,
Montou loja e descobriu uma nova religião.
Refez a vida, sem reencontrar o amor
Até que uma meiga alentejana cheia de pudor
O deixou durante anos encantado de paixão.
10 agosto 2017
História de vida: António
Era uma vez um rapaz alentejano.
António, único filho,
Cresceu pobre mas feliz
Na dura vida da aldeia.
Nas festas se orava, rimava
E o povo dançava.
Ali se tornou moço
E por uma linda moça se interessou.
Mas o inferno da guerra distante
Dali o levou.
Foram longos anos e duros
De grandes terrores e saudades!
Em herói transformado
À terra regressou
Mas houve a acontecer
Que a linda moça engravidou
Sem ele de verdade a querer.
Casaram a rigor, pois sim,
Mas onde o desejado amor?
Na grande cidade
A esperança de uma nova vida
Foi curta, entre noites de horror
Em novas saias se consolou
E o seu lar desmoronou.
O tempo foi acontecendo
Até que sua filha, Clara, o procurou.
Trouxe com ela paz ao seu espírito
E um novo sentido para a vida
Que o regenerou.
António, único filho,
Cresceu pobre mas feliz
Na dura vida da aldeia.
Nas festas se orava, rimava
E o povo dançava.
Ali se tornou moço
E por uma linda moça se interessou.
Mas o inferno da guerra distante
Dali o levou.
Foram longos anos e duros
De grandes terrores e saudades!
Em herói transformado
À terra regressou
Mas houve a acontecer
Que a linda moça engravidou
Sem ele de verdade a querer.
Casaram a rigor, pois sim,
Mas onde o desejado amor?
Na grande cidade
A esperança de uma nova vida
Foi curta, entre noites de horror
Em novas saias se consolou
E o seu lar desmoronou.
O tempo foi acontecendo
Até que sua filha, Clara, o procurou.
Trouxe com ela paz ao seu espírito
E um novo sentido para a vida
Que o regenerou.
09 agosto 2017
História de vida: Bia
Era uma vez uma linda menina alentejana.
Chamaram-lhe Bia, uma entre muitas manas,
Cresceu pobre mas feliz na dura vida da aldeia.
Nas festas se orava, rimava e o povo dançava,
Ali se tornou moça e por um moço se apaixonou
Mas o inferno da guerra distante dali o levou
Por longos anos e duros de temor e saudades!
O herói desejado regressou e houve a acontecer
Transformar esta menina numa grávida mulher.
Casamento a rigor, pois sim, mas onde o amor?
Na grande cidade a esperança de uma nova vida
Foi curta e o desgosto sobreveio com a traição.
A filha Clara deu-lhe força para ser feliz e viver
E ano após ano de nenhum homem quis saber,
Até que um meigo indiano lhe tocou no coração...
Chamaram-lhe Bia, uma entre muitas manas,
Cresceu pobre mas feliz na dura vida da aldeia.
Nas festas se orava, rimava e o povo dançava,
Ali se tornou moça e por um moço se apaixonou
Mas o inferno da guerra distante dali o levou
Por longos anos e duros de temor e saudades!
O herói desejado regressou e houve a acontecer
Transformar esta menina numa grávida mulher.
Casamento a rigor, pois sim, mas onde o amor?
Na grande cidade a esperança de uma nova vida
Foi curta e o desgosto sobreveio com a traição.
A filha Clara deu-lhe força para ser feliz e viver
E ano após ano de nenhum homem quis saber,
Até que um meigo indiano lhe tocou no coração...
08 agosto 2017
Baile no salão
A música toca e todo o salão rodopia.
No centro, senhor Harshal e dona Bia
Solenes, felizes e passos concertados,
Ninguém se engana: estão enamorados!
E o abraço estreita os rostos e apetece
Um beijo, oh, mas aqui quem se atreve?
Um rufar de tambor faz dona Bia acordar
A novela terminou e ela estava a sonhar...
Solenes, felizes e passos concertados,
Ninguém se engana: estão enamorados!
E o abraço estreita os rostos e apetece
Um beijo, oh, mas aqui quem se atreve?
Um rufar de tambor faz dona Bia acordar
A novela terminou e ela estava a sonhar...
07 agosto 2017
Bairro Alto
06 agosto 2017
Os t(r)emores do senhor Harshal
Está só.
A filha saiu para a noite
À procura da sua sorte
Segura o coração em mãos
Que tremem o pior,
Valha-lhe Nosso Senhor!
Consola-se em doces pensamentos:
Enviou uma dose de sentimentos
Embrulhada em papel de alumínio,
O melhor bacalhau em casa
E um palpitante, secreto bilhetinho!
Amanhã, quem sabe?, tremerá pelo melhor?
A filha saiu para a noite
À procura da sua sorte
Segura o coração em mãos
Que tremem o pior,
Valha-lhe Nosso Senhor!
Consola-se em doces pensamentos:
Enviou uma dose de sentimentos
Embrulhada em papel de alumínio,
O melhor bacalhau em casa
E um palpitante, secreto bilhetinho!
Amanhã, quem sabe?, tremerá pelo melhor?
05 agosto 2017
O ciclo da vida, Clara e Leonel
O calor do abraço amado
Não encontra par
Em qualquer encontro passado
Já perdoado.
Não encontra par
Em qualquer encontro passado
Já perdoado.
04 agosto 2017
Convite
Enfim, sós.
Dona Bia olha o seu bacalhau cozido
Que lhe foi amorosamente oferecido
Pelo delicado senhor Harshal.
Liga a novela que passa na televisão,
A disfarçar um caloroso pensamento:
'Se fosse mais nova não ficava nada mal'...
Mas quando o foi escolheu esta solidão...
Dá-lhe uma pontada de arrependimento!
E o peito sobe e o peito desce,
As faces rosadas de indecisão...
Abre o bilhete, 'a ver no que dará',
E, em letra incerta, aceita o chá,
Amanhã, no bailarico do salão!
Dona Bia olha o seu bacalhau cozido
Que lhe foi amorosamente oferecido
Pelo delicado senhor Harshal.
Liga a novela que passa na televisão,
A disfarçar um caloroso pensamento:
'Se fosse mais nova não ficava nada mal'...
Mas quando o foi escolheu esta solidão...
Dá-lhe uma pontada de arrependimento!
E o peito sobe e o peito desce,
As faces rosadas de indecisão...
Abre o bilhete, 'a ver no que dará',
E, em letra incerta, aceita o chá,
Amanhã, no bailarico do salão!
03 agosto 2017
Champanhe
O quadro é de harmonia
Visto de fora
A partir da noite límpida
Onde o céu estrelado
Parece compreender
E até favorecer
Os dois apaixonados.
Quando os astros se combinam
Num quadro onde o futuro
Aparece ponteado,
Um momento de felicidade
Parece seguro...
Pode ser celebrado!
Visto de fora
A partir da noite límpida
Onde o céu estrelado
Parece compreender
E até favorecer
Os dois apaixonados.
Quando os astros se combinam
Num quadro onde o futuro
Aparece ponteado,
Um momento de felicidade
Parece seguro...
Pode ser celebrado!
02 agosto 2017
Pazes
01 agosto 2017
Degraus
Clara sobe as escadas lentamente
Um degrau após um pensamento
E outro,
A noite passada foi uma loucura
Um momento a não repetir
E outro,
Pensa em Leonel, que a ama,
Ficando o seu coração pequenino
E outro,
Não me vai perdoar a traição
Mas, que raio!, se me desse atenção!
E outro, o último,
Mete a chave à porta,
Ouve a única voz que lhe importa...
'Surpresa!'
Um degrau após um pensamento
E outro,
A noite passada foi uma loucura
Um momento a não repetir
E outro,
Pensa em Leonel, que a ama,
Ficando o seu coração pequenino
E outro,
Não me vai perdoar a traição
Mas, que raio!, se me desse atenção!
E outro, o último,
Mete a chave à porta,
Ouve a única voz que lhe importa...
'Surpresa!'
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