13 março 2016

Um novo ar para respirar

Aos poucos, a sensibilidade volta.
Muito lentamente.
Em pequenas e inusitadas ofertas,
Reconhecidas e apreciadas,
O peito aquece e agradece
Novamente.

11 março 2016

Podia?

Podia habituar-me a estar assim:
Descomprometida e leve
No usufruto livre do meu território
E tempo.

Podia se, primeiro, o aprendesse...

10 março 2016

Primavera privada

Porque não nascem,
Flores ingratas?!
Tanta falta faz  a vossa alegria nesta casa!
E nada!
Envasei, reguei, arejei, limpei...
Pouca atenção?!
Flores carentes?!
Prometo, vou- me esforçar!
Mas esbocem um dos vossos sorrisos,
Com muitas pétalas a desabrochar!

Já no campo em redor, tudo encanta!
O frio enamorou-se perdidamente pela Primavera!


09 março 2016

Pai

Voltaste
Desse sítio estranho por onde tens andado.
E eu choro copiosamente,
Com saudades,
Assaltam-me de repente
No teu regresso!
Estou menos só, agora,
Mais forte,
Só por estares aqui
Outra vez.
Não te vás embora...

07 março 2016

Mãe

Passas o creme no rosto e o batom nos lábios
O ar digno e cuidado de quem se aprecia
Para além dos muitos e agitados pesares

Olho o espelho de frente e o rosto que vejo é o teu
Reflexo minucioso da saudade