24 novembro 2012

Alucinado

Sob o negro do universo
Dançam cores brilhantes
Que giram que piscam
Que piscam que giram
A velocidade estonteante

13 novembro 2012

Tecendo um colar de pérolas

É remota esta partilha,
Primordial.
Vem do fundo das nossas vidas.

Valiosa e apreciada.

Parabéns, querida amiga,
Por mais uma conta de pérola.

12 novembro 2012

Castanha assada

Com que prazer nos assaltam certos momentos caseiros!
Cortar a castanha contigo, salgar e pôr no calor.
Expectativa saltitante de cone pronto a receber a deliciosa assadinha, ainda a queimar os dedos.
Sorrio.
Que satisfação maior do que ver-te em deleitoso saborear?

11 novembro 2012

Amizade

Obrigada, muito,
Por esta amizade.
Não devo, dizes,
Mas eu, sim.
Devo e digo
O quanto te estimo.

10 novembro 2012

Será?

Olho-te.

Ris muito,
Sem sentido.
Pareces feliz
Sem motivo.
Questiono.

O que te move?
A existência, apenas.
Não parece suficiente,
Desconfio.
Mas tu insistes
E ris, muito.
Questiono.

Será?

09 novembro 2012

Anúncio

Procuram-se.

Por entre pequenos
Corriqueiros
Numerosos
E pouco importantes
Sucedidos
Da vida
De todos os dias.

Motivos.

Oferece-se gratidão.

08 novembro 2012

Jazz

Os dedos saltitam
Sobre o teclado
Ao ritmo da criação
Escoltados
Por suaves batidas
De coração

07 novembro 2012

Feijão com massa

Olho o prato com a massa.

Fumega um aroma que abre o apetite narinas dentro.

Habilidosamente, manuseio a colher.
Colho um, dois, três cotovelinhos, uma nesga de tomate, um feijão e um fundo de molho.

Os olhos comem com avidez e o estômago canta de antecipação.

Lentamente, ergo a mão e alinho milimetricamente a colher cheia com a linha da boca.

Foco.

E faço a vontade ao paladar.

06 novembro 2012

Reencontro

Encontram-me
A mim comigo mesma,
No café,
A correr pensamentos
Pelas páginas
De uma Vogue.

Objectos,
Posse,
Estilo,
Cor ou a sua ausência,
Que importa?

Sinto a paz
Da mulher que se libertou
Da necessidade de aprovação.

Os dedos viram páginas,
A cafeína amarga-me as papilas.

Encontro-me comigo mesma, sim.

E aprecio.

05 novembro 2012

Manhã de Inverno

Amanhece
E a carícia do frio
Faz corar a timidez
Do rosto.

Sabe-me bem
Este azul gelado do céu.

Preguiço o passo.

Entendo apreciar,
Por um minuto
Precioso de sabor,
O dia a espreguiçar-se...

04 novembro 2012

Acordar

Abro os olhos.
É cedo,
Antecipei o despertador.
Espreguiço lentamente
O corpo,
Sinto os músculos
Que se estiram
E relaxo.
Fecho os olhos.
Só mais um momento,
É cedo,
Aguardo o despertador.
Sinto o ar
Que desliza lentamente
Pelas narinas,
Sinto o corpo vivo,
Funcional.
Não espero mais.
Ergo-me.
Quero apanhar o dia.