17 novembro 2014

Arrebatamento

Sais da dor e dormência da doença
Por um instante breve de instinto primário

A fêmea defende a cria até no último suspiro

Ferros

Como é difícil soltar palavras
Tantas e tantas vezes à beira- som
Até um dia em que a barreira permeia por um instante
Suficiente apenas
Para um sussurro que baste

Gosto muito de ti, mãe

04 novembro 2014

A fraqueza do imaginário

Distingo-te mal por entre lágrimas correndo compulsivamente
É uma imagem distorcida consegue-se imaginar o que se quiser
Por isso continuo a verter ininterruptamente e a voluntariamente
Metamorfosear a devastação que dolorosamente te invade
Em contra-minha-vontade e assim choro choro enquanto tiver forças
Para te manter em campo de visão inventado mas necessário

Obrigo-me a acreditar nesta mentira sou fraca

02 novembro 2014

Busca

Indaguei p'lo -Próprio
E não tive notícias!

Fui à padaria,
Aos correios, à mercearia,
Ao hospital,
A todos questionei,
Mas, ai!, que ninguém dele soube
E, assim, lá continuei!

Sigo a caminho da polícia,
Pois a quem mais?,
Peito ofegante pelo passo apressado!

Ora esta!

Ali me apontam um banquinho,
No canto escuro,
Embaraçado...

Vou lá num suspiro.

Que susto me pregaste, Amor-!
Meu desgraçado!