planetário

De ressaca em ressaca
os impreparados sofrem o peso da vida

A origem da existência (8)

Deixo-me conduzir

Pela tua necessidade

E sou feliz neste hábito.

A necessidade

Corres-me o corpo todo como se sem amanhã
E eu deixo
Que a fome nunca fez falta a ninguém

transitório

Antes de partir já regressei
no sofá me sentei
e liguei a televisão

m&m's

Redondinho e docinho
derretendo-se suavemente na boca

A origem da existência (7)

Ganhei esta mania de ti.

Rosas na varanda

Vi o nascer da roseira
E o encanto da vida
Na sua fragilidade bebé
Rebentando ramo a ramo.

surpresas

A roseira floriu contra todas as expectativas
teimou e ofereceu-se como uma dádiva da Primavera
temo que ainda se arrependa, assim o pudera

Greve no aeroporto

Mato o tempo com palavras
olhares perdidos
e pensamentos dispersos

A origem da existência (6)

Assim que te soube

Viciei-me

A divisão do mundo

Coração de homem não bate
Irrita-se e irrita
Despreza e é desprezado
Ah!
Dia pessimamente amado!

a revolta

Chovem pregos afiados e ferrugentos
como se as nuvens estivessem muito zangadas,
rasgam os guarda-chuvas e furam as cabeças

incongruente

Às vezes a solidão abandona-nos
levando consigo o ar.

A origem da existência (5)

Fui à procura

De um amor especial.

Um amor

O que (não) importa

O invólucro está tratado
O melhor que se consegue
Mesmo apenas quase apreciado

sair da chuva

Chove grosseiramente afogando o estado de graça
e gelando os pés molhados,

não sei que faça!