29 junho 2015

Acampamento

Acampamos as duas,
Tu lá dentro
Eu cá fora...

É o possível.

VERMELHO?!

É Natal.
O coração sangra
Com a mesma cor em mesa posta.
Agressiva.
Violento fingimento de normalidade.
Como se fosse possível
Ser Natal, haaah!

Manas

Vejo-as
E é o quanto me basta.

Onde a pinça, a cera?
Ai essa cor no cabelo!

Uma alegria de dia-a-dia procurada
Na leveza de preciosas banalidades!
A amorosa oferenda da abstração necessitada...

Somos e estamos como sempre fomos e estivémos.

Que laço tão apertado!
Traz a eternidade nas pontas.

28 junho 2015

O estendal

Urge ensinar-te o estender da roupa,
Fazer-te uma mulher com brio.
O tempo escasseia
E não ficará ninguém que se interesse.
Recomeça, vá.
Não te irrites.
É a minha distorcida forma de amar,
De deixar algo de mim em ti.

Leva-me daqui.
As pernas contrariam-me.
Não obedecem.
Como tu.

Relógio prateado

Pesado e largo no seu abraço à magreza forçada,
Mas tão absurdamente necessário!
Oferece ao pulso dorido o controlo do dia,
O acalmar de ansiedades.
O tempo tiquetaqueando lentamente...
Dolorosamente.
Absolutamente necessário
Este compassar  de uma espera desalentada,
Do sentido perdido...
Com o seu ponteiro amigo
Fixará a hora certa
Em que o tempo se imobiliza.