31 maio 2017

E viv'ós noivos!

Que só a morte os separe!
E alianças e beijo autorizado,
Toca a banda, começa a alegria,
Esquecem-se os noivos casados
Que agora interessa é o manjar
E um pé de dança agarrado bailar!

30 maio 2017

O noivo António

Transpira-se muito na igreja
O calor do colete de forças
Que aperta, aperta, falta o ar
Ouvem-se foguetes que nem tiros
No mato, uma dor, um esgar
O mesmo sentido do dever

29 maio 2017

A noiva Bia

Se é feliz?
Viva-se!
Entra, noiva,
Entra na igreja
Mas algum mal
Se te deseja!
Será da terra,
Se assim sempre o foi,
A inveja!
Que vai linda
E o noivo é quase herói...
Ai, barriga!,
Dedo em riste,
A noiva
Se cochicha,
E pelas costas se lincha!



28 maio 2017

O branco vestido da linda noiva

Os olhos fazem-se grandes
Negros  mais do que nunca
Que as grossas lágrimas
Arrastam emoções pela frente
Mistura-se a realidade com o sonho
Na alvura que lhe cobre a alma
Da cabeça aos pés!

27 maio 2017

Regressa-se à terra para casar

Há que ser rápido
Não se pode saber
Essa redondeza que se vê
É preciso disfarçar
Com o mais branco dos vestidos
E um véu tudo a tapar
Apresse-se a data
Senhor padre
Dê a sua bênção
O casal tem pressa em conceber
Um prematuro irá nascer

26 maio 2017

A carta

Escreve-se à família
A mais espantosa história
Da fuga por amor!
Todos suspiram de alívio
Não há vergonha para o nome
Faça-se um lindo casório,
Às pressas que a situação
Pede rápida reparação...

24 maio 2017

Entendimento

A porta bate
E o incrível acontece
Num pequeno quarto
Na capital
A paixão renasce
Porque vieste?
Ali morria
Mas aqui perdia-me
Sem ti
O movimento
Num novo tipo
De selva
A guerra a acontecer
Dentro da cabeça
Mas são motores
E fumos
Em ruas de gente apressada
Noutras lutas
Porque vieste?
Ali chorava
O abandono
Mas cresceu em mim
Um fruto
Teu
Vim ser família
Família seremos
Abraço.

23 maio 2017

A fuga

Lisboa
Vou atrás de ti
Atrás da minha vida
Não me foges
Com esta minha barriga
Cheia de ti
Sou forte
Com a força
Da maternidade
Que brota
António
Que me fizeste?

22 maio 2017

Decisões

Sou desgraçada nesta terra fechada...
Solteira, por todo o lado serei falada
Assim se saiba da minha condição!
Um filho quer um pai, terei opinião!
Sei-me aqui, António, por ti abandonada
E, por estas ruas, minha vida despejada...
Costuro aqui como em outro qualquer lugar,
Levarei esta barriga até ti, podes esperar!

21 maio 2017

Grávida!!

Com o desgosto pelos cantos pingando,
Vai a rapariga lindos vestidos costurando...
Anda absorta, na sua vida ruminando
Que lhe faltaram as regras,
Já muitos dias foram passando...
Adivinha certeira o que lá vem
Qual pressentimento de mãe!

20 maio 2017

Revolta

'Deixa, mana, arranjas outro melhor que este!'
O sofrimento de uma é o sofrimento das quatro
Manas que se consolam e secam lágrimas
Ininterruptas...
Tanto tempo de vida desperdiçado,
Amores adiados,
Esperanças e ansiedades,
Palavras escritas a encurtar distâncias
E a desenhar sonhos, um futuro...
'Arrancaram-lhe o coração em África,
Guerra maldita!'
Que desdita!

19 maio 2017

Atónita

A camioneta barulhenta seguiu
Envolta numa nuvem de fumo
E com esta imagem Bia se viu
A perder da felicidade o rumo...

18 maio 2017

Vou ali e já não volto

O enfado instala-se no silêncio da planície
E António parte para a distante Lisboa!
Segue leve e veloz como se nada sentisse
E sem querer saber se a alguém magoa.

15 maio 2017

119 Um momento de loucura



A magia acabou por acontecer
Numa tarde quente de querer...
O beijo passou da boca ao seio
E, de repente, se soltou o freio!

14 maio 2017

12 maio 2017

07 maio 2017

111 Finalmente, o regresso de África



A camioneta chega e a emoção desce os degraus
Espalhando lágrimas pela rua abaixo.
Todos choram, quem cá estava e quem acaba de chegar.

04 maio 2017

108 Ai o amor, é lindo!



Começam a chover sorrisos,
Chovem torrencialmente...
Bia apercebe-se e sai a correr para a rua
Deixa-se molhar completamente!

01 maio 2017

105 O atelier



A melhor tesoura da cidade
Conquistou arduamente a sua fama.
Com dedicação, engenho e gentileza,
Neste atelier sabe-se bem receber: