Ah bicho! Levanta-te e anda! Que grande sarilho
Nem água nem animal, o que lhes havia de acontecer!
Todos empurram mas o teimoso recusa-se a mexer!
Tão alegre o dia acontecia mas, agora, estava perdido o brilho
Já ouvem a mãe a ralhar e a colher de pau a bater
Estão nesta aflição, passa o António, soldado
Com a sua farda e botas a brilhar, todo aprumado
Cruza o olhar com Bia e pára, já apaixonado...
Por respeito ou medo, levanta-se o burro recuperado.
Seguem todos, de novo a rir, Bia corada com o sentir...
O soldado pergunta se aos bailes irão
Preparam-se as festas da Consolação.
Uma dança, uma pelo menos, sussurra ele, a pedir,
Ela espanta-se, primeiro, e, depois, porque não?
Vai a bilha a transbordar de sonhos de amor,
Corre a manhã enquanto a terra se enche de calor.