08 maio 2017

112 Na sombra



Bia aguarda na igreja perfumada
Por ramos e ramos de flores,
Madeiras de véspera enceradas
Que o momento é de louvores.
Lencinho bordado vai enrolando
Nervosamente nos dedos transpirados
Apesar da frescura do dia.
Fugiu da confusão, dos gritos,
Dos abraços, dos beijos efusivos
De mães e esposas desesperadas
Pela saudade.
Ficou presa na timidez
De quem não sabe o que esperar
Depois de tanto tempo passar.

E assim aguarda a sua vez.