Um tiro atravessa o ar e beija dolorosamente o lado esquerdo do peito onde dizem morar o coração onde dizem morarem os sentimentos, assustadiços que ficaram com o estrondo
acordou uma tristeza atordoada e surpresa
Donde veio isto? Donde? Olho em redor
e percebo o olhar revoltado, carregadinho a contar até dez, não chega, talvez só até cinco, não conta afinal, parece-me ser instantânea a nova descarga que se adivinha
Atiro-me de imediato para a cova, uma iniciativa minha a poupar mais ocorrências irrevogáveis que a perda parece já ter acontecido, irrevogável, sim?
e saio de cena
Acedam uma vela, sim?, por mim, não se vá dar o caso de Deus existir para lá do meu cepticismo
e eu tenho medo
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