o silêncio acolhe os medos num abraço apertado
é um silêncio ruidoso, cheio de palavras gritantemente inaudíveis,
labiríntico.
que indecisas são, estas palavras,
se ficam, se vão,
rodopiam ansiosas pelos fundos da vida
sem a coragem necessária para se soltarem do abraço,
mostrarem-se,
enfrentarem um arrependimento se,
e continuarem,
trazerem a vida à tona,
dores à solta
e visíveis
com que aborrecer a alegria aparente do mundo.
o silêncio faz-se tardio, atrasa-se na entrega do dizer,
tem medos,
há ricochetes,
falta-lhe a coragem.
até que lhe falta, um dia, a vida.
e por sobre uma pedra negra, onde gravado um nome dourado, onde gravada uma data dourada,
dançam fantasmagóricas palavras, palavras, palavras, palavras finalmente destemidas.
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