08 fevereiro 2018

a revolta



Chovem pregos afiados e ferrugentos
como se as nuvens estivessem muito zangadas,
rasgam os guarda-chuvas e furam as cabeças
escorrendo rios de sangue pelos rostos em fuga
os olhos esbugalhados de terror e incompreensão
ao primeiro buraco, atiram-se lá para dentro
e a terra abate-se berrando o seu basta.

Quando a chuva pára, o silêncio impera
por falta de línguas congeminantes
e o sol abre um sorriso concordante.