18 setembro 2013

A cárcere mental

Cheira mal nesta prisão escura
Povoada por monstros voadores
Que entram e saem a alta velocidade
Pelos estreitos das grades do buraco,
Alguns chamam janela mas eu não
Não abre a visão para o mundo lá fora.
Houve o dia do voo picado travagem falhada
Marcou os dentes afiados neste braço
O direito, a sangue negro desenhados.
Aos Domingos mas só aos Domingos
E se houver Sol mas só se houver Sol
O assombramento condescende até à borda
Por um momento breve quase suficiente
E saio à rua compro o jornal bebo o café
Pontual na hora sagrada do agrilhoamento
Pensamento recolhido à cela da vida impedida