03 julho 2025

um lugar


Todos os caminhos me conduzem à tua campa
depois de esgotar a capacidade de fingir a normalidade
na casa ausente de ti
onde
persistes pelas paredes, chão, sofás, cortinados, camas, pelas cadeiras, mesas, quadros, fogão, aromas, pelo jardim,
pelo ar
por isso, em qualquer momento aguardo que apareças
mas isso, isso não acontece
não
apenas esta ausência insana permanece 
assim, sento-me na tua campa
ali nos encontramos, as duas, em silêncio
em tempo indeterminado pela dor
para que me saibas
sim
talvez que me saibas
vou onde estás
enquanto a casa de ti se continuar a ausentar
em penoso espanto

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