Maravilhosa estrela materna,
Gravitamos ao redor da tua saia
Como crianças indefesas
Dançando em feliz inconsciência.
Vemos-te e, sacrilégio!,
És tu quem nasce, suave, fresca ainda
Trazes nas mãos a magnificência da manhã
Como uma oferenda imerecida.
Cresces em incandescência, queimas a vista,
Os pensamentos entorpecem,
Dominas os corpos e os sentidos
Num reinado breve, condenado.
Vemos-te e, sacrilégio!,
És tu quem vai morrendo, lentamente,
Desfazes-te num céu ruborizado
Pelo engano permanente.
Amanhã trarás um novo dia.
Assim aparenta.