22 fevereiro 2016
Suspiros de amor
Aconteceu
E agora parece tão distante,
Como um sonho que se inventa acordada...
Este ramo de flores já secas
Pende das minhas mãos saudosas.
Prova única
De que atravessaste o meu ser
E partiste.
21 fevereiro 2016
Lazeira
Sente-se o sossego brando
Do aroma do café
Que aquece a chávena
Florida como o teu jardim,
Mistura de odores
Com o tabaco apreciado,
Sorrisos esquecidos nos lábios,
Preguiçosos, saciados...
Sente-se a paz iluminando
Este teu ritual domingueiro
Enchendo-te o lar com estimados
Amigos de sempre
Ou os só agora chegados
À tua mesa sempre posta,
Todos desfrutando.
E assim a tarde passa
Sem nada que se faça.
Que aquece a chávena
Florida como o teu jardim,
Mistura de odores
Com o tabaco apreciado,
Sorrisos esquecidos nos lábios,
Preguiçosos, saciados...
Sente-se a paz iluminando
Este teu ritual domingueiro
Enchendo-te o lar com estimados
Amigos de sempre
Ou os só agora chegados
À tua mesa sempre posta,
Todos desfrutando.
E assim a tarde passa
Sem nada que se faça.
20 fevereiro 2016
Tesouro
A pele molhada sente o ar fresco,
Arrepia-se em galinha.
Sorrio em frenesim.
Sento-me direita, apressada ao início,
No ritual diário.
A toalha acaricia o corpo,
Acalma-se o gesto.
É um momento prazeroso,
Privado.
Admiro o corpo sem discussão
Secando recantos,
Cuidando do pertence
Que me permite a vida.
Precioso.
19 fevereiro 2016
A nu
A nudez afronta-te,
Diz-te na cara como és.
És assim.
Estas formas,
Estas cores,
Estas rugas.
És assim.
A nudez mostra-te
Tudo o que tens.
Ama-te.
18 fevereiro 2016
Passeio em Fevereiro
Sente-se um frio cortante nos dedos
Como se os nossos segredos
Se tivessem espalhado por todo o corpo
E quisessem fugir pelas extremidades
Mostrar-se ao mundo sem medos
Gritar os amores e as vontades
Apertamos as mãos e seguimos
O caminho das cumplicidades.
Como se os nossos segredos
Se tivessem espalhado por todo o corpo
E quisessem fugir pelas extremidades
Mostrar-se ao mundo sem medos
Gritar os amores e as vontades
Apertamos as mãos e seguimos
O caminho das cumplicidades.
17 fevereiro 2016
Espera
Encosto o rosto no conforto da poltrona,
Não sei o que espero
De rosas espalhadas pelo colo,
Bela...
Talvez que um rapaz
Me descubra na solidão
Onde a vida me abandona!
Não sei o que espero
De rosas espalhadas pelo colo,
Bela...
Talvez que um rapaz
Me descubra na solidão
Onde a vida me abandona!
16 fevereiro 2016
Conversas
Almoçamos calados,
O silêncio cortado pelo tinir dos talheres
Na loiça marcada pelo uso.
É um silêncio cheio de conversas já faladas,
Só nós as ouvimos.
Passo-te o pão sem pedires.
Molhas a sopa.
Ambos sabemos.
O silêncio cortado pelo tinir dos talheres
Na loiça marcada pelo uso.
É um silêncio cheio de conversas já faladas,
Só nós as ouvimos.
Passo-te o pão sem pedires.
Molhas a sopa.
Ambos sabemos.
15 fevereiro 2016
Os amantes
Olha-me nos olhos,
Sente o tremor do meu corpo
Sob o respirar do teu peito...
Aqui tão perto, a roçar
Os meus lábios!
Toda a natureza em redor
Brilha, toda a sua cor incendeia...
Vem de ti este despertar
Dos seres para o Amor!
Sente o tremor do meu corpo
Sob o respirar do teu peito...
Aqui tão perto, a roçar
Os meus lábios!
Toda a natureza em redor
Brilha, toda a sua cor incendeia...
Vem de ti este despertar
Dos seres para o Amor!
14 fevereiro 2016
A Besta veio à festa do Miguel
'E vai começar!'- gritas.
Iron Maiden sempre a abrir
Iron Maiden sempre a abrir
Em tarde de guitarradas,
Que loucura, é só curtir:
'Ó meu, olha-me estes crâneos!'
São mesmo de fugir...
Mas nada de dar parte fraca
E trata de fingir!
'Ó meu, é bué da fixe!'
Quanto mais ainda temos de ouvir?
Está quase na hora das velas,
Dez raios e a trovoada a rugir
Sobre um bolo vestido a rigor...
Até assusta ter de o partir!
'Ó mãe! Que mariquinhas!'
Que gosto ver esse rosto a rir!
Vamos, lá, cantar-te os parabéns
E, finalmente, pôr a Besta a dormir!
'Ó mãe! Que mariquinhas!'
Que gosto ver esse rosto a rir!
Vamos, lá, cantar-te os parabéns
E, finalmente, pôr a Besta a dormir!
13 fevereiro 2016
12 fevereiro 2016
Andando
As pessoas
São muito pesadas
Assim pensei
E delas me larguei
Por me sentir
Muito cansada.
Saí de Lisboa.
São muito pesadas
Assim pensei
E delas me larguei
Por me sentir
Muito cansada.
Saí de Lisboa.
11 fevereiro 2016
Cinderelas
Sorrimos ao espelho
Quais vedetas de televisão:
'It's show time!'
Com as primas em exibição.
Escovas do cabelo em punho
O coro exulta em boa afinação,
Alma a saltar pela garganta,
Há esta melodia que se entranha
Cheia de versos sentidos
E o tom sobe e sobe a emoção!
Ah! Que maravilha!
E mais uma e outra repetição,
És grande, Carlos Paião!
'Então,
Bate, bate coração!
Louco, louco de ilusão!
A idade assim não tem valor.
Crescer,
Vai dar tempo p'ra aprender,
Vai dar jeito p'ra viver
O teu primeiro amor.'
Ainda sabes como é?
Ora vamos lá!
'Eles são duas crianças...'
E somos crianças outra vez...
Beijinhos e abraços de parabéns, Susana!!
Beijinhos e abraços de parabéns, Susana!!
10 fevereiro 2016
Renoir
Que rosas tão perfumadas tu pintas!
Inebriam os olhos coração dentro
Até à essência mais pura do sentir
A vida!
Inebriam os olhos coração dentro
Até à essência mais pura do sentir
A vida!
09 fevereiro 2016
Funeral
Que loucura! Não me apercebi que partiste!
Marquei presença com sapatos e roupa emprestados
Arranjei-os a saber estar, já bem ensinados.
Fui, lá estive... também sei que não me sentiste.
E assim penso que ficámos empatados!
Marquei presença com sapatos e roupa emprestados
Arranjei-os a saber estar, já bem ensinados.
Fui, lá estive... também sei que não me sentiste.
E assim penso que ficámos empatados!
08 fevereiro 2016
Etapas
Enfrenta-se a hora, tem que ser!
Sessenta minutos vezes sessenta segundos
Longamente sós...
Enfrenta-se a vida, tem que ser!
Sessenta minutos vezes sessenta segundos
Longamente sós...
Enfrenta-se a vida, tem que ser!
07 fevereiro 2016
Tonta
Baloiço, baloicinho,
Dá-me um abracinho!
Na vertigem do baloiçar
Esqueço até o meu chorar...
P'rá frente! P'ra trás!
P'rá frente! P'ra trás!
Aí vai o meu desassossego
Lançado sem medo
Furando pelo ar!
Dá-me um abracinho!
Na vertigem do baloiçar
Esqueço até o meu chorar...
P'rá frente! P'ra trás!
P'rá frente! P'ra trás!
Aí vai o meu desassossego
Lançado sem medo
Furando pelo ar!
06 fevereiro 2016
(De)mente poderosa
Sofro desta alucinação
Contigo,
Toda a realidade se transforma
Em ti,
O próprio Sol entregou a sua coroa
Por conta desta minha afeição.
És rei e senhor!
Aqueces os teus domínios
Com um pensamento
Só!
E é assim, também só,
Que a louca a si torna
Extinguindo esta paixão
Em mim.
Contigo,
Toda a realidade se transforma
Em ti,
O próprio Sol entregou a sua coroa
Por conta desta minha afeição.
És rei e senhor!
Aqueces os teus domínios
Com um pensamento
Só!
E é assim, também só,
Que a louca a si torna
Extinguindo esta paixão
Em mim.
05 fevereiro 2016
Tu aí, sim, tu!
Ó tu, traiçoeiro!
Com milhões me atiras...
Umas vezes de beijos,
Outras, de mentiras!
Com milhões me atiras...
Umas vezes de beijos,
Outras, de mentiras!
04 fevereiro 2016
03 fevereiro 2016
02 fevereiro 2016
O perfume
O ar carrega profundamente
Uma espantosa mistura de aromas...
Estonteante!
A Natureza exibiu-se à descarada
Quis ser por demais admirada...
Oh, citadino amnésico
Aos tropeções em raízes exuberantes!
Inspira! Inspira!
Uma espantosa mistura de aromas...
Estonteante!
A Natureza exibiu-se à descarada
Quis ser por demais admirada...
Oh, citadino amnésico
Aos tropeções em raízes exuberantes!
Inspira! Inspira!
01 fevereiro 2016
A gruta na falésia
Esfolo-me todo pela rocha acima
Derrapagens pelo pó
Esfoliações pelos ramos cerrados
Garganta seca e peito ofegante
Roupas imundas de satisfação
Chego lá, sim, chego
E entro
Na cova escura
Agora a montanha impõe o silêncio
Chiuu!
Deixa ouvir
Como é enorme e protectora
Sento-me encostado neste colo
Oferecido sem cobranças futuras
Sou pequeno mas poderoso
Porque estou aqui,
Presente no meu improvável
Pegada marcada
Chego-me à beira da rocha
E sinto os infinitos domínios
Entrarem e percorrerem-me o ser
Que magia é esta?
Mãe-Terra
És tu a cuidares de mim
Derrapagens pelo pó
Esfoliações pelos ramos cerrados
Garganta seca e peito ofegante
Roupas imundas de satisfação
Chego lá, sim, chego
E entro
Na cova escura
Agora a montanha impõe o silêncio
Chiuu!
Deixa ouvir
Como é enorme e protectora
Sento-me encostado neste colo
Oferecido sem cobranças futuras
Sou pequeno mas poderoso
Porque estou aqui,
Presente no meu improvável
Pegada marcada
Chego-me à beira da rocha
E sinto os infinitos domínios
Entrarem e percorrerem-me o ser
Que magia é esta?
Mãe-Terra
És tu a cuidares de mim
Imagem Withoutdoors |
Subscrever:
Mensagens (Atom)