Vontade de Ti

Brindemos, meu querido, ao que a vida quiser.

José, filho de David

O anjo do Senhor
falou

Olhos nos olhos

Eram palavras doces, redondas e coradas

A dúvida

Concebeu-se o inconcebível
num ventre virgem
que o Espírito Santo é
e tudo pode!

Chuva

Chove intensamente.

A salga da doçura

Há sabedoria nas calmas águas do rio que seguem no seu ritmo próprio o caminho desenhado pelo leito, deslindam da vida mistérios e cauterizam dores no reflexo com que reacendem o brilho do olhar mais perdido.

Inexistência

Não existes

Vermelho

escuto

são vermelhos os traços

Aconteceu?

Não sabia já o gosto e o saboreei sem tempo

Era um sonho

sonhei-te e assim ficou.

Confusão

Voltas que se trocam e transformam caminhos direitos em nós labirínticos

Ao jantar

Lá vai uma risonha colher a navegar pelo caldo quentinho

A colher de café

Numa colher de café vem o sabor da vitória 

Chapinhar

Chapinhas no pequeno lago salgado

Passeio pela praça

Sou menina pequena tão pequenina

a visão

mãos dadas, seguem trémulos por locais envelhecidos
amparam palpitações amadurecidas, mais doces

Sombra

Vejo a tua silhueta
desenhada no nascer do dia
no cair da noite

Amores

ouve-se um rufar
e a estreita cintura provoca
repentino turbilhão

Máscara

Perdi-me do teu traço
Disperso pelo hábito e pelo correr do tempo

Liberdade 25

A Liberdade esvoaça e canta. Esvoaçar e cantar parecem acções adequadas à Liberdade. Talvez por ser um passarinho.

Transição

Olho azul ou esverdeado, variado!,

Tijolos

O tempo atravessa, implacável, figuras que constroem a vida como a conhecemos:

O amanhecer

cada dia se renova
num renascimento circular

A confissão

Dlim! Dlim! Dlom!
Canta o sino na torre da igreja,
branquinha bem caiada
a festejar o Domingo!

Era uma vez...

Era uma vez...

o meu mano