Brindemos, meu querido, ao que a vida quiser.
entrelaçamos braços, tocamos o frio suave do cristal com os lábios,
molhamos ao de leve a língua
com que trocamos um beijo tinto inebriante
o tempo permaneceu longamente neste momento,
concentrou todos os sentidos no desejo desperto,
animal solto a correr livre pelo labirinto da mente,
pelo corpo em chamas,
pelos olhos que se tocam bebendo o outro avidamente,
cristalinos,
a sonhar, a soltar lágrimas e risos, também
o tempo parou pela tua mão, meu querido,
abafou todas as incertezas num arrepio do prazer que é nosso,
nas palavras trocadas a laçar intimidades,
no toque suave da pele, nos aromas apetecidos
que se prolongam pela memória e aconchegam ausências.
Brindemos. Ao momento presente.